The Clown With No Paint On His Face

Interlocução é a moeda do desejo 

À todes que cometem a impolidez de morrer 

No apego ao sofrimento como condição de conquista 

Aflição é inconformismo também 

Atalhos comportamentais nas dependências de ser 

Como chegar perto sem ficar muito perto

(cala a boca, eu sei o que tou fazendo)

Como interagir sem interagir 

(cala a boca, eu sei o que tou fazendo)

Pertencer sem incluir 

Desistir ex-istindo 

Orgulho mancomunado

Afeto manicomializado

Controle motor periférico

A arte não liberta

Reflexo sensomotor 

A arte aliena 

O outro que não é outro

(o parquímetro continua cobrando pelos quilômetros não percorridos)

O ser que nunca foi ser 

(estou certo de que os donos do carro nem deram pela minha falta)

Sem órgãos de si próprio, o exercício da servitude 

(sabem as drogas que eu não senti a falta deles)

O in-finitivo tão diminuto

Mas TÃO diminuto

Uma appoggiatura rascunhada lixo depredado no hospital das neurotoxinas 

Todas as camas vazias

Menos a minha

Modulação neuroquímica de si mesmo

Além do exercício da saciedade 

Reciclagens extremas, algoritmos famintos 

Levar à sério defender ferrenhamente uma injustiça

Comportamento mimético

De começar tudo no abismo 

Somos todos drogados - ainda que alguns amem suas mães 

Já não me quer mais a originalidade 

Tão muito os melancólicos recortes de longa duração 

E, temos aqui, mais uma vez, um baita ofício da sensação da hipertrofia do valor inerente de qualquer coisa

Não vai dar tempo de comprimir a trilha aqui 
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