Tripallium: afinidade com práticas coloniais escravistas

       A hegemonia dominante que detém o poder econômico mantém seus alicerces enraizados no desconhecimento dos direitos elementares por parte dos proletariados, sustentando o pilar que permite o livre acesso ao abuso de poder. O trabalho escravo contemporâneo ocorre também devido ao lucro e à impunidade.

       A estimativa de 27 milhões de pessoas escravizadas deve ter seu processo de declínio por meio de uma intercessão social que viabilize a conscientização do indivíduo, recorrendo a regimes e campanhas educacionais inclusivas que priorizem a familiarização com as leis civis e trabalhistas, a fim de reduzir o estigma da vulnerabilidade das vítimas da escravidão contemporânea, normalmente imigrantes. O projeto de integração deve ser concomitante a uma política rígida de fiscalização por meio do aumento de auditores fiscais - em virtude da dimensão do país, aumento de servidores no Ministério Público do Trabalho e ampliação do número de procuradores do Trabalho , com o objetivo de atender as necessidades da sociedade e reprimir as grandes empresas que recorrem a esta forma de contratação abusiva e ilegal. O trabalho de fiscalização deve ser acompanhado de aparato policial a fim de garantir sua plena execução e eficácia de resgate por meio de denúncias.


       Incontestavelmente trata-se de uma solução a longo prazo, devido ao atual aprofundamento da precarização dos direitos trabalhistas. A erradicação do trabalho forçado é também versada na consciência da importância da dignidade humana, que está atualmente violada pela nova roupagem de escravidão análoga àquela abolida em 1888, com o mesmo significativo contingente de degradação e subjugação humana, um crime fundamentado em características da época colonial brasileira.

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