Dialeto da Auto-Conveniência

Minha cabeça é uma colméia em superpopulação e caos solferino.
Os ferrões atiçam uns aos outros.
Não importa o que eu diga ou faça: cul-de-sac.
Não tenho como deixar a mim mesmo.
Por que me machuca?...
Eu sou um inseto deficiente e moribundo ao léu.
Eu não agüento ficar, ao passo que não me é permitido sair.
Meu lugar é um não-lugar, minhas moléculas efusivas são subversivas, subservientes e abjetas.
Sou um staccato, uma sílaba musical que se derrete em simbiose com um furacão.
Um staccato simples estrépito como a vocalização de uma ratazana no cio.
Um staccato duplo, súbito, que perdura na sua instância fracionária, que sopra com os ventos alísios em sua absorção auricular, um staccato triplo no topo de uma espiral auto-gestionada que nunca terminará.
Sou a dor de uma torção prazerosa. O gozo inflamatório de uma conjuntivite.
Tomando um café vegano com Mary Midgley e quebrando uma casca de ovo com Franketiénne.
Minha força espiritual é um arauto ao lugar nenhum, a todos os lugares, minha transpessoalidade holotrópica despossessiva, sou meu sem que assim seja.
Um encontro doloroso com o Rei Cogumelo.

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