Amálgama


Um tendão.
Um osso.
Uma cartilagem conjuntiva se retorcendo como um peão.
Como concentro a força em uma área de contato niilista que se transloca sem semântica, um verso branco e solto, nulo em sua estrofe subjacente e transposto em uma carnificina hecatômbica.
(Uma má oclusão insolente, obstáculo constante, inesgotado de esgotar, um anagrama antagonista de si próprio)
Uma revolução pós-guerra, minha déficit anti-cronológica invocando uma mudança para um neófobo - com vestígios de carne podre em suas entranhas, emoldurado em estática, desprovido de êxtase, ápode em seus flagelos gastos pelo tétano das lâminas enferrujadas.
Sou a anti-gravidade que extravasa emancipação ao escorrer de si própria, a hemoglobina excruciante bloqueada por plaquetas obstaculizantes - uma métrica gelatinosa e sem estrutura.
Não posso costurar versos em conjunções, não posso deixar que costure os próprios olhos -- ....
Não consigo contrair um músculo deslocado, uma língua sem linguagem metalingüística, o eco das partículas de silêncio que se avultam e diferem garras em uma jugular invisibilizada.
O pequeno anacoluto, a pequena quebra de estrutura sintática quebrou² sua própria semiótica extravagante, assando bolinhos de soberba deixados para o dia seguinte - enquanto o estômago se afoga na subnutrição de ácido clorídrico e mutilação psicoemocional.
Sou mais quente que essa casa, meus ossos perfuram a epiderme, os espelhos se contraem em fragmentos fractais - subtraem-se de si próprios em desconstruções indissolutas abstratas - por trás de tudo isso, talvez já não haja mais nada.
O coveiro rastejou como uma lesma na lápide da camélia que já havia murchado.
Chegou tarde demais.

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