Você nunca mais vai ler um "poema" como esse
Quando até as lágrimas cansarem
E as cicatrizes forem cirurgicamente descosturadas
Eu vou estar numa opulência vazia, numa bolha sem reflexo ou gravidade
Meus ossos vão vibrar de dor enquanto minha concha, talvez nunca um corpo, permanecerá estática, escorrem-lhe os fluidos nas laterais
Uma dor que infla, que exala, que se enaltece sobre as nódoas e as controla como zumbis
Nessa arritmia assíncrona e infeccionada
Um risco, protótipo, um lixo, gangrenado, verme, nojento
Apenas um carinho
E a certeza de que as coisas
As coisas não vão mais doer tanto
As febres, as enxaquecas, os enjoôs, os refluxos
As hipersensibilidades, as ansiedades, as paranóias, as inseguranças
E a certeza de que tudo vai ser posto em um liqüidificador e misturado até que não reste mais nada em mim
Quero ser uma receita de maionese de abacate
Um alimento não pode sentir rejeição, não é mesmo?
Um alimento nutre, então não tem refluxo, não?
Dedos e mãos
Tantas mãos entrelaçadas
Um nó que se desata
Mas os alimentos têm gosto de azia
E o jejum que conduz para aquela célebre área cinzenta
O jejum com o gosto da minha própria morte - tão abraçável, próxima e infinita
Os laços e entrelaços de um crime social
Contra um périplo de sofreguidão
Porque as coisas não páram de doer tanto
E talvez nunca parem
É uma mentira
Chamaram-me me de mentiroso, prepotente, arrogante
Disseram-me chega, pára
Cobraram-me acolhimento
Mas não tenho mais nenhum espaço para preencher com minhas cores
Sou o resíduo do tom sépia, dos tons da sangria, aquela que nutre um câncer dentro de órgãos que não me levarão até a morte
Não quero mais assistir à minha própria derrota cotidiana
Enquanto caio sem dedos que possam acarinhar as feridas
Quando você está muito embaixo, talvez as pessoas não consigam lidar com o desnivelamento
Cada um em seu próprio escalão e estratosfera
A hemoglobina que banha meus genitais é a transgressão mais doce das normas de auto-preservação
Mas... Sou um depositário de sujeira desprovido do direito ao pranto
Apenas um carinho imaginário
Auto-construído e idealizado
Utópico e distópico, dual e fragmentado
Completo e desmensurável
Que não escorre para fora do filtro
E, no leito da morte, uma reta paralela - onde não há desnivelamento
Onde a drenagem é paralela, equidistante, colateral
O ganho é mútuo
E o benefício não é monopólio
E o desperdício não sou eu
Uma reta paralela ao meu vazio
Um travesseiro bem quentinho
O aroma sangüineo transvazando introversão - a epiderme completamente aberta ao avesso
Enrolar-se nas cobertas como uma panqueca - infelizmente - humana
Um chá de mutualismo - infelizmente - humano
Um brinde à desgeneração e ao co-relacionamento - nuclear e superficial
Após uma overdose fatal de um benzodiazepínico qualquer.
E as cicatrizes forem cirurgicamente descosturadas
Eu vou estar numa opulência vazia, numa bolha sem reflexo ou gravidade
Meus ossos vão vibrar de dor enquanto minha concha, talvez nunca um corpo, permanecerá estática, escorrem-lhe os fluidos nas laterais
Uma dor que infla, que exala, que se enaltece sobre as nódoas e as controla como zumbis
Nessa arritmia assíncrona e infeccionada
Um risco, protótipo, um lixo, gangrenado, verme, nojento
Apenas um carinho
E a certeza de que as coisas
As coisas não vão mais doer tanto
As febres, as enxaquecas, os enjoôs, os refluxos
As hipersensibilidades, as ansiedades, as paranóias, as inseguranças
E a certeza de que tudo vai ser posto em um liqüidificador e misturado até que não reste mais nada em mim
Quero ser uma receita de maionese de abacate
Um alimento não pode sentir rejeição, não é mesmo?
Um alimento nutre, então não tem refluxo, não?
Dedos e mãos
Tantas mãos entrelaçadas
Um nó que se desata
Mas os alimentos têm gosto de azia
E o jejum que conduz para aquela célebre área cinzenta
O jejum com o gosto da minha própria morte - tão abraçável, próxima e infinita
Os laços e entrelaços de um crime social
Contra um périplo de sofreguidão
Porque as coisas não páram de doer tanto
E talvez nunca parem
É uma mentira
Chamaram-me me de mentiroso, prepotente, arrogante
Disseram-me chega, pára
Cobraram-me acolhimento
Mas não tenho mais nenhum espaço para preencher com minhas cores
Sou o resíduo do tom sépia, dos tons da sangria, aquela que nutre um câncer dentro de órgãos que não me levarão até a morte
Não quero mais assistir à minha própria derrota cotidiana
Enquanto caio sem dedos que possam acarinhar as feridas
Quando você está muito embaixo, talvez as pessoas não consigam lidar com o desnivelamento
Cada um em seu próprio escalão e estratosfera
A hemoglobina que banha meus genitais é a transgressão mais doce das normas de auto-preservação
Mas... Sou um depositário de sujeira desprovido do direito ao pranto
Apenas um carinho imaginário
Auto-construído e idealizado
Utópico e distópico, dual e fragmentado
Completo e desmensurável
Que não escorre para fora do filtro
E, no leito da morte, uma reta paralela - onde não há desnivelamento
Onde a drenagem é paralela, equidistante, colateral
O ganho é mútuo
E o benefício não é monopólio
E o desperdício não sou eu
Uma reta paralela ao meu vazio
Um travesseiro bem quentinho
O aroma sangüineo transvazando introversão - a epiderme completamente aberta ao avesso
Enrolar-se nas cobertas como uma panqueca - infelizmente - humana
Um chá de mutualismo - infelizmente - humano
Um brinde à desgeneração e ao co-relacionamento - nuclear e superficial
Após uma overdose fatal de um benzodiazepínico qualquer.
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