Reborn
O renascimento só se dá através da
completa destruição. Erradicar.
Os grandes expoentes já sucumbiram à
miséria espiritual.
O grande caráter prolífico está em
despedaçar-se e rasgar-se de dentro para fora, fibra por fibra,
arrecadar tragédias e abrir caixas de pandora e portas trancafiadas
por crises existenciais.
A felicidade está no aborto de uma
punheta, em uma fração de segundo antes do êxtase, na mimese de
uma idealização projetada por artifícios que não poderiam
concretizar-se mediante uma mera massagem no ego.
O ego precisa ser destruído, partido
ao meio. Uma triagem, uma ponte de safena, uma cirurgia para retirar
o tumor e lambuzar-se com o pus, esfregar a cara na sola das botas
calçadas pelo antagonista que esfaqueou-lhe os pulmões pelos quais
já respirava asmaticamente.
Eu vou me reconstruir tantas vezes
quanto eu piscar, eu vou provar essa decadência adstringente em uma
colher de sopa e deixar que evapore com meu suor para as nuvens
noctilucentes que jazem em um temporal pós-moderno beatnik no túmulo
de minha garganta. Há de ser guiada em um labirinto incandescente,
no túnel de minha hipocrisia permeado por grãos de esperança que
se consolida na desgraça semeada por brotos fosforecentes.
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