Profissão

Eu queria ser um diabo verde
Para cada vaso sanitário que eu entupo nessa vida

Para cada cano que eu precludo
Para cada cano que um dia fui
E no qual me transportei
Até onde me entupi
E transbordei
Transbordo em transe

Em um entupimento de esgoto

Minha profissão
É estudante de não ser

Minha profissão
É a de impedir
Aquele fluxo que precisa ser cortado
Pela raiz
Da indubitável dubitabilidade neológica
Diabo Verde
De Schröedinger

Porque
No momento em que eu me desentupir
Desobstruir
Não sobrará nada deste entulho
E meu fluxo
Não é pranayama

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