Se eu consigo respirar, pra mim ainda é pouco

Cante a canção da vida
Na própria morte
Em suas cuecas
Samba-canção

A dualidade de um axioma relativo
Tetraédrico

Todos os santos
E os corruptos
Têm seus encantos

Nível de comportamento
Iniciado no pensamento

Esforço de machucar por puro divertimento
Manipulo-te para teu bem
Para meu bem
Para nosso mal
Shantya

Não sei se manipulo
(Mas sei manipular)
(Em manicômios)
(Dentro dos debugs em seu sistema)

Você só responde
Post Hoc Ergo Propter Hoc
Você só responde
Você só é
Uma inconveniência conveniente
Leniente em seus próprios medos
Anula meu receptor gaba

Você não responde
Quando convém
À alguém

Sua reposta
É uma pergunta para si mesma

Eu ra um museu, mas você estava de olhos fechados

Se eu consigo respirar
Gás carbônico
Sou uma planta inversa
Que ao mesmo tempo
Não vive em ciclo circadiano intragaláctico

Intragástrico
Eu sou
Uma linfa
Tão útil que não transporta oxigênio

Choro escondido, cheiro sufocado
Ofuscado pela fumaça do cigarro

Energia que dispenso
Pelas músicas inexistentes
Que canto esquizofrenicamente
Em meu recorte neurocosmopolita
contra-hegemônico

A força do momento é difícil existir
Cada rosto em uma solidão
Cada bolha em um empático egoísmo

Folie au Deux
Consciência coletiva
E unificada
Simbiótica
Martirizada

O medo do julgamento deixou de resistir
Enquanto eu não existir
Ainda assim existo

Arrependimentos expostos
Dentro da cabeça
De pessoas narcolépticas
Que desperto
Com meu errhu de LaVey
Pelas músicas embargadas
Em bagaços embaçados

Pessoas que dispenso
Energeticamente
Com meu lindo, extravagante, tanoshii desu
Desvio de personalidade esquiva

Nunca esqueça
Que sua normalidade
É a minha doença

E meu desvio
É minha liberdade

Je Ne Suis Pas Fou

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